Sexo durante a menstruação: tire suas dúvidas sobre transar menstruada

Transar menstruada é um daqueles assuntos que, apesar de serem polêmicos, no fundo, todo mundo quer saber sobre. Por isso, conversamos com a obstetriz Mariana Betioli, fundadora da marca de coletores e discos menstruais Inciclo, para esclarecer os principais questionamentos sobre o tema. Afinal, é possível fazer sexo durante o período menstrual?
Mariana Betioli, obstetriz e fundadora da Inciclo, responde principais dúvidas sobre o tema



A vontade de fazer ou não fazer sexo durante a menstruação varia de pessoa para pessoa. Muitas mulheres acabam se privando de ter relações sexuais ou se masturbarem nessa fase por falta de conhecimento.

Uma pesquisa realizada pela Inciclo com 16 mil mulheres apontou que mais de 85% delas relataram aumento da libido durante a menstruação, mas somente 49% se permite ter experiências sexuais durante essa fase do ciclo. Nessa fase, o clitóris fica mais sensível aos estímulos e os hormônios sexuais estão nas alturas, o que também facilita o orgasmo.


“Muitas pessoas sentem que o desejo sexual aumenta alguns dias antes da ovulação, que acontece cerca de duas semanas antes da menstruação. Outras sentem aumento de libido durante a menstruação também. Isso acontece por causa da mudança hormonal dessa fase”, destaca Mariana. “Se perceber que a vontade de transar aumentou, saiba que isso é natural e não há problema em ter relações sexuais mesmo durante o sangramento” , indica a especialista.


Segundo ela, o orgasmo, inclusive, oferece vantagens, sendo capaz de aliviar até as cólicas menstruais. 

“A cólica acontece quando o útero se contrai para expelir o sangue menstrual e, curiosamente, durante o orgasmo o útero também se contrai, mas depois relaxa totalmente. O que faz melhorar a cólica é esse efeito relaxante do orgasmo somado ao aumento de fluxo sanguíneo na região pélvica e a liberação de hormônios de prazer”, aponta Mariana.


A obstetriz incentiva o autoconhecimento das mulheres, especialmente durante o período menstrual.

 “Menstruação não deveria ser um tabu. Quanto mais nos conhecemos, melhores serão as decisões que tomamos em relação à nossa própria saúde. E o autoconhecimento faz toda a diferença na hora do sexo. Analise como você se sente, observe seus desejos sexuais durante a menstruação”, orienta. “Além disso, existe algo de libertador na prática sexual durante a menstruação. Não só pelas condições físicas do momento, como aumento da lubrificação vaginal, mas também por aumentar a intimidade do casal e romper com um preconceito que persiste por muitos anos na nossa cultura”, acrescenta.

Contudo, mesmo nos momentos de prazer, é sempre essencial tomar medidas de proteção. O uso da camisinha é fundamental para evitar não só uma gravidez inesperada, mas também o risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis (IST). “As chances são menores, mas ainda assim é possível engravidar durante a menstruação. Se você tiver um ciclo menstrual curto, o risco de engravidar aumenta. O esperma pode permanecer vivo no corpo da mulher por até cinco dias. Portanto, se o ciclo é menor e a ovulação ocorre poucos dias após acabar o sangramento, há uma chance de liberar um óvulo enquanto o esperma ainda estiver vivo na vagina”, observa Mariana Betioli.

 “Usando preservativo, você e seu parceiro ou parceira poderão aproveitar o momento com mais segurança, tranquilidade e leveza.”

Outra motivo de preocupação das mulheres no que diz respeito ao sexo na menstruação é o próprio sangue. Muitas delas não transam ou se masturbam durante a menstruação, por mais que sintam vontade, pelo receio de manchar o lençol, preguiça de arrumar tudo depois, nojo do sangue e ainda o fato de não se sentirem à vontade com o parceiro ou parceira. Uma alternativa é usar o Lovin, que é disco menstrual reutilizável, feito de silicone hipoalergênico e fica posicionado em volta do colo do útero coletando o fluxo deixando o canal vaginal livre para a penetração.

 “O disco menstrual fica no fundo da vagina, não vaza durante o sexo, não interfere na lubrificação vaginal e nem a mulher e nem a pessoa com quem ela está se relacionando vão sentir que ela está usando”, acrescenta.


A obstetriz destaca a importância do processo de desconstrução. 

“Quando entendemos que o sangue que sai do nosso útero é um sangue limpo e puro, começamos a fazer as pazes com o nosso ciclo. Isso só contribui para que possamos viver a nossa sexualidade de forma plena”, reforça Mariana.
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