Aconteceu em Paris | por Fada

Hoje, 12/11/24, terminei de ler "Aconteceu em Paris", um romance que prometia ser uma história de amor emocionante na cidade luz. No entanto, ao longo da leitura, percebi que o livro apresentava alguns elementos problemáticos que não puderam passar despercebidos, ao menos para mim, que sou uma mulher autêntica, livre, com amor-próprio e entendo que amar e respeitar é impor limites e desapegos. 

Arquivo Pessoal | Aconteceu em Paris - Molly Hopkins

O relacionamento entre os personagens principais, Evie e Rob, me deixou desconfortável. O homem rico e poderoso exercia um controle excessivo sobre a protagonista, limitando sua liberdade e autonomia. Essa dinâmica de poder desigual me fez questionar se o amor verdadeiro pode ser construído sobre bases de dominação e submissão.

A autora, Molly Hopkins, parece romantizar o controle e a possessividade, apresentando-os como sinais de amor e dedicação. No entanto, esses comportamentos são perigosos e podem levar a relacionamentos abusivos e tóxicos.

A Evie, protagonista, apesar de ser uma mulher independente, acaba cedendo ao controle do homem e renunciando à sua liberdade. Isso me fez refletir sobre a representação das mulheres nos romances e a importância de mostrar personagens femininas fortes e autônomas.

Há também o fator de ousadia de Evie, que mesmo endividada e desmotivada, procurou se aventurar em um trabalho voltado à turismo, sem nunca ter experiência na área, que é onde encontra Rob como motorista e mais tarde, descobre que ele é o dono da empresa de transporte vinculada à agências de turismo. Mostrou como uma mulher tem coragem, determinação e está aberta à aprender. 

Em compensação, em dias que Evie fazia freelancer no bar de um amigo, Nikki, ela aumentou as vendas criando promoções e combos, pois conhecia a clientela e sequer recebeu uma bonificação por isso, somente um "obrigado". 

Parecia que ela sempre teve medo em se posicionar, mesmo sabendo que estava certa ou que merecia mais, o que deixa uma brecha de espaço para homens dominadores encantarem para depois controlarem, que é uma vida que não me pertence mais, graças à terapias, coaches e construção diária do amor-próprio.

Eu gostei da leitura, afinal, foram 470 páginas, realmente me prendeu e foi meu livro companheiro por muitos dias de sol matinal, mas também é um livro que me deixou com mais perguntas do que respostas. Enquanto a história tem seus momentos emocionantes, a dinâmica de poder desigual e a romantização do controle me preocuparam. 

Ainda que seja somente uma história, o "redflag" foi acionado com sucesso e é bom saber o que eu não quero mais vivenciar. Lembre-se que o amor saudável se baseia no respeito mútuo, na igualdade e na liberdade. Para muitas pessoas, essa relação pode funcionar, mas para mim, não.

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