A ignorância conveniente: Por que fingimos que a indústria adulta não existe?

Se eu dissesse que a indústria do entretenimento adulto gera mais dinheiro do que Hollywood, Spotify e Netflix juntos, você acreditaria? Pois é verdade. Mas o que mais me intriga não é a grandiosidade desse mercado, e sim a cegueira seletiva das pessoas em relação a ele.

Parece haver um esforço coletivo para fingir que a indústria adulta não existe – ou pior, para demonizá-la. É curioso como muitos consomem esse conteúdo, mas poucos falam sobre ele. E, quando falam, geralmente é com desprezo ou ignorância.

Veja o caso de Leonid Radvinsky, o ucraniano por trás do OnlyFans. A plataforma, que revolucionou a monetização de conteúdo adulto, gera bilhões e transformou a vida de milhares de criadores de conteúdo. Ainda assim, a narrativa que circula na mídia e na sociedade carrega um tom moralista e julgador.

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Mas vamos além: por que ainda é um tabu falar sobre educação sexual com amigos, colegas e familiares? O que impede uma conversa aberta sobre fetiches, desejos e limites saudáveis?

A repressão dos desejos pode ter consequências sérias. Há estudos que relacionam a repressão sexual à frustração, ansiedade e até a comportamentos extremos, como certos traços psicopáticos. Ignorar o assunto não faz com que ele desapareça – apenas varre os problemas para debaixo do tapete.

E é por isso que a Erotika Town é mais do que um sonho – “é sobre conscientizar por meio de um evento brasileiro, incentivando as pessoas a viverem intensamente suas fantasias, sem serem julgadas.” Esse é o nosso objetivo: criar um espaço onde os desejos possam ser explorados livremente, sem vergonha ou estigma.

Então, eu te pergunto: por que ainda há tanto desconforto em falar sobre sexo, prazer e desejos? O que te impede de discutir abertamente a educação sexual?

Talvez a resposta diga mais sobre nossa sociedade do que gostaríamos de admitir.

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